Trump diz que 'presidente eleito González' expressa 'vontade' dos venezuelanos
Donald Trump chamou, nesta quinta-feira (9), o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia de "presidente eleito", na véspera da posse do mandatário Nicolás Maduro.
"A ativista democrática venezuelana María Corina Machado e o presidente eleito González expressam pacificamente as vozes e a VONTADE do povo venezuelano, com centenas de milhares de pessoas se manifestando contra o regime" chavista, afirmou o magnata republicano em sua plataforma Truth Social.
Trump, que voltará à Casa Branca em 20 de janeiro para um segundo mandato, ressalta que a "comunidade venezuelana-americana nos Estados Unidos apoia esmagadoramente uma Venezuela livre".
"E me apoiou firmemente", acrescentou, ao se referir às eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, nas quais os latinos contribuíram para sua vitória nas urnas contra a vice-presidente democrata Kamala Harris.
O magnata publicou a mensagem junto com duas fotos, nas quais se vê Corina Machado em uma manifestação realizada nesta quinta-feira, sua primeira aparição pública desde agosto, quando passou a se esconder por temer por sua vida.
Quando saía do protesto, a opositora foi "retida à força", segundo o seu estafe.
O governo, por outro lado, negou que ela tivesse sido presa e classificou o relato de "invenção" e "mentira".
"Estes lutadores pela liberdade não devem ser feridos e DEVEM permanecer SEGUROS e VIVOS!", reiterou Trump, ao se referir a González Urrutia e Corina Machado.
González Urrutia, que se asilou na Espanha após a emissão de um mandado de prisão contra ele, também deseja retornar à Venezuela para tomar posse do cargo, embora o governo tenha ameaçado detê-lo.
Esta semana, o opositor se reuniu na Casa Branca com o presidente em fim de mandato Joe Biden, que também o reconhece como "presidente eleito" e lhe manifestou o seu apoio. Também se encontrou com republicanos próximos a Trump.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que pediu o anonimato, condenou "Maduro e seus representantes por tentarem intimidar a oposição democrática" e exigiu que "se respeite o direito de María Corina Machado falar livremente".
A volta de Trump ao Salão Oval abrirá um novo capítulo nas relações bilaterais entre Estados Unidos e Venezuela.
Em sua primeira gestão, Trump não reconheceu a reeleição de Maduro por considerá-la fraudulenta. Naquele momento, Washington anunciou que reconhecia o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino do país.
Em 2019, Trump impôs à Venezuela uma série de sanções, incluindo um embargo ao petróleo e ao gás, como medida de pressão para tentar provocar a queda de Maduro. Mas o mandatário chavista não caiu e a própria oposição venezuelana pôs fim ao governo interino em janeiro de 2023.
Não se sabe quais medidas Trump tomará desta vez, mas o senador Marco Rubio, escolhido como futuro secretário de Estado, é um firme opositor do líder chavista.
Além disso, Trump indicou há algumas semanas outro falcão como enviado especial para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, para "restabelecer a ordem" na região.
T.Clohessy--IP